警訊137期 Revista da P.S.P. 137

55 A inteligência emocional é um conjunto de capacidade tão tridimensional, complexa e abrangente, que necessita naturalmente de uma sólida reserva de conhecimentos e prática para a dominar e melhorar. No entanto, o investimento na educação emocional nos currículos escolares é bastante escasso, enquanto a expressão de emoções na cultura da comunidade chinesa não é ainda amigável. A educação que recebemos desde a infância encoraja a supressão das emoções e até humilha as pessoas que as expressam (especialmente as negativas). Tenho a certeza de que todos nós já ouvimos comentários como estes na nossa infância: “Porquê estás a chorar? É uma coisa tão insignificante, estás a ser completamente ridículo!”, “Três, dois, um! Tenta chorar outra vez? Cala-te imediatamente!”, “Estás a ficar zangado por uma coisa tão pequena? És tão mesquinho!” e assim por diante... À medida que crescemos, surgem expectativas adicionais para manter o controlo emocional com base no género, profissão, posição social e outros factores. Sob este fardo pesado, ter e expressar emoções parece quase um tabu. As pessoas defendem a racionalidade e menosprezam o estatuto do sentimento e, com o tempo, nos afastamos cada vez mais dos nossos verdadeiros sentimentos. No entanto, a supressão excessiva gera reacções adversas; emoções profundamente enterradas podem surgir inesperadamente um dia, manifestando-se como depressão inexplicável, ansiedade, pânico ou culpa. Quando confrontados com eventos estressantes, essas emoções que não foram totalmente processadas podem sobrecarregar os nossos sistemas psicológicos, causando o seu colapso. Isso leva a reacções excessivas, mecanismos de enfrentamento ineficazes e vários distúrbios psicológicos. Muito parecido com uma ferida física que não é tratada adequadamente, com o tempo ela pode infeccionar e inflamar, resultando em consequências destrutivas. Nos últimos anos, as pessoas começaram a falar sobre a importância da inteligência emocional. Cada vez mais estudos apoia a noção de que, em comparação com o quociente de inteligência, a inteligência emocional está mais fortemente relacionada com a capacidade de liderança, sucesso no local de trabalho, na vida e nas relações interpessoais. No entanto, muitas pessoas pensam erradamente que a inteligência emocional equivale à estabilidade emocional, e as pessoas costumam a retratar as pessoas com alta inteligência emocional em imagens deprimidas, calmas, pesadas e em que não mostram a alegria e raiva. De facto, a inteligência emocional não é uma habilidade única, mas sim uma dimensão multifacetada. Podemos usar a abreviatura R.U.L.E.R para dominar e compreender: Reconhecer emoções (Recognizing) - reconhecer os pensamentos, sentimentos e as mudanças do corpo entre si e os outros, dominar as pistas emocionais. Compreender emoções (Understanding) - compreender os motivos que desencadeam as emoções, perceber como é que as emoções afectam o pensamento, o comportamento e as decisões, e ter boas capacidades de previsão sobre as influências e mudanças emocionais. Marcar emoções (Labeling) - ter grande variedade de vocabulário emocional, as emoções podem ser designadas com precisão como a pedra angular do desenvolvimento da autoconsciência e da comunicação interpessoal. Expressar emoções (Expressing) - permite interpretar as regras de apresentação de emoções extrínsecas e ocultas, como o contexto actual, as ocasiões e até os cenários culturais, a fim de fazer uma expressões emocionais e comportamentos adequados. Adaptar a emoções (Regulating) - Utilizar flexivelmente a estratégia de ajustamento da emoção, monitorizar, acalmar e transformar emoções, a fim de ajudar a si próprio e aos outros a gerir emoções.

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