50 Acompanhar o doente moribundo da família não é uma tarefa fácil, mas o processo é muito importante. Como se deixa ao doente moribundo da família sentir amado, acarinhado e descandado carinhoso nesta “última passagem da vida”? E como os cuidadores e outros familiares podem reduzir o arrependimento no futuro? I. O doente pode proceder à boa preparação só tomou conhecimento da sua situação de doença A maioria dos doentes moribundos pode sentir que o seu corpo está a tornar-se mais fraco a cada dia que passa, e confirma que se aproxima da morte através da mudança de atitude e de comportamento de cuidado dos seus familiares em relação a ele, ou da expressão facial e da volume da voz dos seus familiares quando eles conversam com os profissionais de saúde. Por isso, a franqueza mútua entre os familiares e o doente permite ao doente moribundo fazer melhor preparação física e mental para a sua morte, especialmente a realização dos seus desejos, por exemplo: querer ir para casa após o internamento hospitalar por um período de tempo, reconciliar-se com o amigo com quem tinha disputa, dizer o que queria fazer ou dizer o que queria dizer a alguém, ou até mesmo as disposições funerárias, etc... II. Interacção entre os cuidadores e o doente moribundo da família 1. Falar com o doente Agradecer ou demonstrar amor ao doente e dizer ao doente o seu amor e gratidão; pedir desculpa ao doente e reconhecer que a sua ignorância ou o mal-entendimento do passado prejudicaram as relações uns com os outros; dizer ao doente que a sua responsabilidade já foi cumprida e que é uma honra por ser membro da sua família, para que o doente se possa libertar com tranquilidade. Não devem sentir com “vergonha de falar” nem pensar que “não é a cultura da nossa família”. Se não o dizer nesta fase, não terá a oportunidade de falar mais tarde. Só quando conseguimos agradecer, amar e pedir desculpa é que nos podemos despedir de forma satisfatória. 2. Ouvir As condições do doente em fase terminal são por vezes mais variáveis, mas geralmente tendem para a fraqueza e para a morte. Por vezes, o doente parece estar bem-disposto e pode contar incessantemente a sua vida passada. Os familiares que estão a ouvir também podem expressar, oportunamente, a sua empatia, por exemplo, podem dizer: “Ter trabalhado muito nessa altura”, “O seu caminho não foi realmente fácil”. Por vezes, o doente pode confundir sonhos, realidade e passado, e pode mesmo ver ou falar com familiares ou amigos falecidos. Nesta altura, pode perguntar ao doente como se sente? Tem medo? Se o doente estiver com receio, os familiares devem usar um tom suave e afirmativo para que o doente saiba que tem familiares ao seu lado e que não está sozinho. 3. Participação nos cuidados do doente Os profissionais de saúde ensinarão aos familiares alguns cuidados básicos, como por exemplo, como hidratar a boca e os lábios do doente, dar massagem ao doente ou virá-lo para evitar escaras. Se o cuidador tiver energia suficiente, poderia começar a aprender a alimentar o doente quando este está acordado, a dar-lhe água e a mudar-lhe a fralda, para que o doente possa sentir ainda mais o amor dos seus familiares 4. Fazer companhia tranquilamente Quando tudo o que pode fazer e dizer, tudo o que precisa de fazer e dizer, já os disse e fez, porque não se sentar calmamente e acompanhar simplesmente o seu familiar doente?
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