62 1. Não é preciso ser perfeito em tudo, deve permitir-se errar: Um velho ditado diz: “Até os santos erram, errar é humano”. Todos nós, pessoas normais, ao longo da nossa vida erramos. Uma atitude correcta e mais ou menos equi l ibrada diz-nos para aceitar o facto de podermos cometer erros e, realmente, erramos. Portanto, é normal que no nosso quotidiano haja situações embaraçosas ou decisões incorrectas, não devemos, porém, auto-punirmos. Devemos, sim, reflectir, corrigir e evitar repetir os mesmos erros. Não precisamos de ser perfeccionistas, devemos aprender a aceitar os nossos erros. A vida assim será muito mais fácil, sem estresse. 2. Da culpa deverá surgir a responsabilidade, r emed i ando o ma i s poss í ve l , o e r r o cometido: Embora não possamos mudar o ocorrido, podemos remediá-lo, l ibertandonos da culpa ou do arrependimento. A título exemplificativo: quando éramos jovens, não nos esforçámos nos estudos, passados vários anos, já no mundo do trabalho, é que nos apercebemos da importância do conhecimento, mesmo assim, podemos voltar a estudar à noite ou através de cursos online para atenuar os remorsos e retirar o peso da nossa consciência. Ao invés de nos culpabilizarmos, mais vale enfrentarmos a situação de forma proactiva, fazendo algo ou agir, tal como a letra da música de um filme em voga “Yolo”: Ainda vamos a tempo! 3. Ao saber cometer pequenos erros é que se evitam os grandes: Na semana passada, a filha da minha melhor amiga passou no exame de condução e teve um acidente de viação logo no primeiro dia que conduziu, naturalmente teve que pagar a indemnização ao lesado, mas felizmente na altura estava a conduzir devagar e não se magoou. O que me marcou foi uma frase que a amiga me disse: “A minha filha geralmente é muito brusca, desta vez pode ser que lhe sirva de lição, pode ser que conduza com mais cuidado de agora pra frente, e evite um erro maior”. Ao permitimos errar, não só ganhamos feedback do desfecho e aprendemos com os erros, mas também cultivamos a desenvoltura e o desembaraço. Daí que a realidade pode ser percepcionada sob duas perspectivas, se não se obtém o que se quer, ao menos aprende-se uma lição. No nosso dia-a-dia, cada vez que se verifica um erro, pode-se ficar aborrecido, exclamando “Ai, que desgraça é esta!”. Trata-se, muitas vezes, apenas de um erro insignificante, fica-se, porém aborrecido, arrependido, contrariado, maldisposto… Este estado de espírito negativo pode permanecer durante vários dias e provocando, às vezes, depressão e ansiedade, sem energia para resolver assuntos, influenciando negativamente a vida e o trabalho. Será que alguma vez sentiu algo semelhante a isto? Por que razão não nos permitimos cometer erros? Será por temer repreensões ou castigos? Ou será que atento ao nosso perfeccionismo exigimos demasiado de nós próprios e não nos permitimos errar. Portanto, ao errar, sentimos que é o fim do mundo. Também não é difícil verificar que algumas pessoas, depois de cometerem erros, reagem de modo desapropriado e tentam encobri-los ou culpar os outros ou ficam a corroer-se pelos erros cometidos. Verifica-se, ainda que, quanto mais tememos errar, maior é a probabilidade de cometer erros, sentimentos de ansiedade e medo nos tomam, retirando a nossa auto-confiança, negando-nos a possibi l idade de experienciar novos desafios, ficando demasiado receosos. Esta situação torna-se um ciclo vicioso. Claro que o presente artigo não se destina a incentivar-nos a errar. Devemos, antes pelo contrário, reflectir o motivo pelo qual errámos e evitar a sua repetição. Se não tivermos coragem suficiente para aceitar os erros e formos muito receosos, nunca poderemos progredir nem crescer. Assim, ao cometermos erros, deveríamos exper imentar o seguinte, de modo a relevar o passado e a evitar situações depressivas, enfrentando positivamente o futuro:
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