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52 empírico a esta matéria. O modelo patológico da psicologia tradicional concentra-se no estudo dos problemas psicológicos humanos, o surgimento da psicologia posi t iva mudou esta situação ao repensar a pessoa como o sujeito, concentrando- se no seu potencial e desenvolvimento, tentando descobrir os segredos para viver uma vida posi t iva e f rutuosa. Em tal contexto, a “felicidade” torna-se, naturalmente, um tema popular na psicologia posi t iva. Após uma extensa anál ise sintética de documentações, os investigadores descobriram que, embora o conteúdo específico das descrições sobre a vida feliz das pessoas varie, um dos grandes aspectos comuns do tema é o “crescimento” e a “auto-realização”. A maioria das pessoas acredita que a felicidade nasce da procura da vida ideal, valiosa e real. Sendo assim, a felicidade não se importa em “posse”, mas sim em “prática”, e essa mudança de pensamento (de orientação do resultado para orientação do processo) torna-se também a definição dominante de felicidade na psicologia positiva. Segundo esta definição, os investigadores decompuseram seis factores no questionário para aval iação da fel icidade: autonomia, signi f icação da vida, crescimento pessoal , controlo do ambiente, relações interpessoais e auto-aceitação, quanto mais elevada for a auto- aval iação de uma pessoa nestas áreas, mais elevado será o seu bem-estar subjectivo. Por outras palavras, gerir uma vida feliz é cultivar integralmente todos estes seis factores. Então, como podemos cultivar esses factores de fel icidade na nossa vida quotidiana? O psicólogo húngaro-americano Mihaly Csikszentmihalyi propôs uma teoria mui to inf luente chamada Fluxo (Flow), que é um fenómeno espiritual mais puro e uma experiência de consciência em que as pessoas exper imen t am grande a l egr i a e sa t i s f ação , sendo uma compreensão abrangente de todos os fatores de felicidade. Mihaly Csikszentmihalyi apresentou as condições e a operação concreta para atingir o estado de Fluxo; em primeiro lugar, precisamos de estabelecer metas que sejam exequíveis e desafiantes; as metas demasiados difíceis fazem as pessoas sentir-se incapazes, enquanto as que sejam demasiados fáceis de alcançar são aborrecidas. Ao mesmo tempo, as metas definidas devem ser específicas e não demasiadas quiméricas. Por exemplo, ao aprender um desporto, não se deve ter como objectivo ganhar uma competição, mas sim concentrar-se na prática repetitiva de uma acção com perfeição. Neste estado de espírito, as pessoas dedicam-se completamente em actividades relacionadas com a realização do seu objectivo, e no processo, eliminando todas as preocupações externas, deixam de lado a auto-consciência e sua apreciação, fazendo a imersão total da própria actividade, portanto, é natural que o seu corpo se misture com o ambiente circundante. Este estado encontra- se frequentemente em actividades desportivas, artísticas ou profissionais, as pessoas adquirem sempre a auto-consciência profunda na experiência de Fluxo, a despertar para a vida e o possibilidade de a procura de um nível mais alto de felicidade por parte de humanos, por exemplo, a cultura, as artes, os comportamentos altruístas, e até mesmo, o auto-sacrifício. O racionalismo tem uma profunda influência no desenvolvimento ideológico do ocidente. O fi lósofo grego, Platão, propôs há muito tempo que o racioncínio é a chave para a felicidade, e o conhecimento é a fonte de alegria. As pessoas podem sentir uma verdadeira e constante felicidade ao fazerem actividades de ponderação. Talvez muitas pessoas tenham esta experiência: quando se dedicam a pensar nos problemas, o tempo passa despercebido, e o prazer e a felicidade trazidos pela resolução bem-sucedida de problemas são incomparáveis, ultrapassando muito a pura satisfação física ou sensorial. Aristóteles, discípulo de Platão, desenvolveu ainda mais a sua teoria, apontando que a fel icidade é p r oven i en t e da p r á t i ca da v i r t ude e en f a t i zando a i n t egração en t re o conhec imen t o e a mo r a l i dade . E l e acredita que além de procurar simplesmente o conhecimento no âmbito do raciocínio, as pessoas devem aplicar os conhecimentos adquiridos em vias correctas e adequadas, ajudar os outros e elevar os interesses gerais da sociedade, assim, podem alcançar uma verdadeira felicidade. Aristóteles dividia as pessoas de diferentes formas de vida em três tipos: As pessoas que amam interesses, as que amam fama e as que amam sábias. Os amantes de interesses procuram o divertimento, por isso é fácil entrar no meio do redemoinho de disputa; os amantes de fama procuram o prestígio, mas a avaliação dos outros é difícil de controlar, levando-os a ficarem sempre preocupados; só os amantes de sábias é que procuram a sabedoria, a prudência e o discernimento e mantêm um coração sereno. Segundo Aristóteles, todas as coisas têm as suas razões de existir, por exemplo, as tigelas são criadas para ser recipientes onde são colocadas as coisas, e as canetas são instrumentos inscritos para as peeosas. Ele considerava que a existência de pessoas tem como objectivo desenvolver raciocínio, se as palavras e acções de pessoas são racionais na vida, as pessoas podem ganhar a felicidade final e auto- suficiente. O importante é que esta pretensão não enaltece o ascetismo, mas incentiva as pessoas, depois de ser satisfeitas as suas necessidades básicas, a empenhar-se no interior, treinar o raciocínio, e livrar-se dos trabalhos de aspiração para conseguir a liberdade espiritual e deixar-se de ser manipulados por exterior. Não há dúvida que este ponto de vista está mais próximo de um pensamento moderno. Então, após a moderação dos dese j os e t re i no da mente, será que existe uma maneira mais activa de procurar a felicidade? A resposta é sim, a psicologia evoluiu um ramo nos últimos anos - a psicologia positiva, oferece um suplemento
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