警訊105期 Revista da P.S.P. 105

57 passageiro para a maioria das pessoas, pois conseguem integrar-se rapidamente no meio circundante e reagir de forma apropriada aos estímulos sociais. Todavia, se a inquietação tende a aumentar, fazendo com que a pessoa se feche e evite socializar-se, pode ser um sinal de fobia social. Muitos estudos indicam que há uma ligação entre a fobia social, a depressão e o consumo de substâncias psicotrópicas. Há casos de militares por não se adaptarem ao ambiente das forças armadas, sofreram ansiedade social, evitaram o contacto humano, a sua rede social tornou-se cada vez mais fechada e pouco a pouco mergulharam-se na depressão, angústia, pressão e problemas laborais, culminando-se num ciclo vicioso, com consequências negativas para a qualidade de vida. Como se pode ver, as relações sociais benéficas são uma base sólida para o estado psíquico saudável de um indivíduo; iremos apresentar neste texto os conceitos, motivos e tratamento da fobia social para aprofundar o conhecimento geral nesta área e a importância de pedir apoio psicológico. Se o nervosismo é uma reacção natural no meio social, então como se sabe que o grau de nervosismo já excedeu aos parâmetros normais? O diagnóstico das doenças mentais e a 5.a versão do manual de diagnóstico e estatística de doenças mentais (DSM-5) determinaram os seguintes indicadores de fobia social: A. Visível receio ou ansiedade pela possibilidade de ser avaliado no meio social. Por exemplo, durante a interacção social (diálogo, contacto com desconhecidos), nas situações em que é observado (a comer, a beber) e quando é preciso actuar perante o público (fazer um discurso). B. Medo de que o seu comportamento ou fobia social manifestada seja criticado pelos outros (sentir-se humilhado ou embaraçado; consequentemente é rejeitado ou ofende os outros). C. Medo ou ans i edade f r equen t es pe r an t e as interacções sociais. D. Afastamento do convívio social ou este é tolerado com medo e ansiedade intensos. E. Este tipo de medo e ansiedade não se justifica perante a situação social ou o contexto cultural isentos de sinais de ameaça. F. Este tipo de medo, ansiedade ou afastamento intencional tem uma duração pelo menos de 6 meses. G. Este tipo de medo, ansiedade ou afastamento intencional torna-se clinicamente significativo ao provocar dor, ou quando prejudica o indivíduo a nível social, profissional e outras áreas funcionais. H. Este tipo de medo, ansiedade ou afastamento intencional não é originado pelas substâncias que provocam reacções físicas ou doenças físicas (exemplo: drogas, medicamentos). I. Este tipo de medo, ansiedade ou afastamento intencional não pode ser explicado pelos estados patológicos ou de deficiência mental, como por exemplo: transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou desordem do espectro do autismo. J. Se for portador de uma doença física (por exemplo: Parkinson, obesidade mórbida, vítima de queimaduras ou de um acidente que tenha causado deformidades), este tipo de medo, ansiedade ou afastamento intencional não se trata propriamente de fobia social. Actualmente, as duas formas principais de tratamento à fobia social são a medicação e a psicoterapia; o medicamento comummente utilizado é o anti-depressivo (SSRIs) e o tratamento psicoterapêutico com eficiência clinicamente comprovada é a terapia cognitiva comportamental. A terapia cognitiva comportamental foca na forma distorcida de pensar e actuar do paciente relativamente às interacções sociais, introduz desafios e uma nova aprendizagem para a compreensão do motivo da fobia social com o objectivo de curá-la. Cognição 1. Os pacientes que sofrem de fobia social concentram- se a sua atenção no medo intenso provocado pelas interacções sociais, desvalorizando o seu ponto de vista e pensamento por trás do medo. Por isso, torna-se necessário uma educação psicológica para compreender a interligação entre o seu pensamento, temperamento, reacções físicas e comportamento.

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