警訊117期 Revista da P.S.P. 117
46 eles sofrem de grandes prejuízos na saúde física e mental, nas relações humanas e socialização, e nas funções ocupacionais, etc., e a sua qualidade de vida sofrerá de um declínio acentuado. Em seminários académicos internacionais, alguns pesquisadores até chamaram a SARS de um “Desastre psicológico”. No início de 2020, com o surto do novo tipo de coronavírus (COVID-19), o curso da história humana passou por enormes desvios e mudanças. A política de “fronteiras fechadas” sem precedentes, enormes prejuízos económicos, medidas de prevenção de epidemia comunitárias fortes e rigorosas, e evitação e medo entre as pessoas são fenómenos que não poderíamos imaginar um ano atrás, desafiando o quadro cognitivo e a mentalidade inerente de todos, pelo que o impacto psicológico daí resultante é também enorme e imprevisível. Na verdade, a Comissão Nacional de Saúde da República Popular da China emitiu directrizes de emergência em 27 de Janeiro de 2020, exigindo que os departamentos distritais, municipais e provinciais coordenassem e organizassem grupos de especialistas em saúde mental, aprendessem com a experiência da SARS de 2003, e unissem as forças sociais de diferentes estratos para elaborar planos em conjunto, de modo a prestar às pessoas intervenção de crise, aconselhamento psicológico e apoio emocional. No entanto, o contexto social e humano, o processo científico e tecnológico e mesmo a forma de intervenção do Estado no desenvolvimento da epidemia são muito diferentes do passado. Portanto, a pesquisa em saúde mental e a intervenção psicológica de acordo com as condições actuais são necessárias e urgentes, e também atendem ao apelo dos estudiosos internacionais e das pessoas dos sectores profissionais. Em primeiro lugar, o que é significativamente diferente das epidemias anteriores é a extensão, a rapidez e o rigor das medidas de isolamento implementadas por vários Países. As medidas de isolamento tomadas nesta epidemia não se limitam apenas aos doentes e aos indivíduos de contacto próximo, mas sim, foram amplamente utilizadas para o controlo de gestão migratória e até mesmo bloquear as regiões ou as cidades inteiras. É inegável que as medidas rigorosas de isolamento são bastante eficazes na prevenção da propagação dos vírus, sendo necessárias no domínio da saúde pública, mas o seu impacto na saúde psicológica e mental das pessoas não pode ser ignorado. Em geral, o impacto psicológico das medidas de isolamento pode ser dividido em níveis psicológicos pessoais e sociais. O isolamento significa a perda de liberdade de movimento, desligação com o exterior, e até mesmo separação forçada com as pessoas próximas e importantes, e as emoções desencadeadas por estas experiências extremas são bastante complexas. O isolamento faz com que as pessoas se sintam descontroladas e angustiadas, e nos estudos têm mostrado que, as emoções negativas que podem ocorrer durante esse período incluem ansiedade, irritabilidade, raiva, depressão, confusão, desespero e até pensamentos suicidas. Entre elas, a forte ansiedade pode conduzir pessoas a prestarem demasiada atenção aos seus próprios problemas de saúde, ligando alguns desconfortos originalmente leves com a epidemia e exagerando-os, e até sentirem durante o dia inteiro com medo e pânico, resultando em pensamentos catastróficos e até hipocondria. Por outro lado, a ansiedade e o isolamento com o exterior, conduzem as pessoas a terem maior vontade de arranjar informações, e acreditar os rumores, especialmente, com o desenvolvimento das mídias sociais da Internet e a sua falta de regulamentação. As informações já não são centralizadas para
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy MTk1OTI2