警訊101期 Revista da P.S.P. 101

54 Hipergeneralização (Overgeneralization) Consiste em chegar a uma conclusão exageradamente generalizada ou que perdura por um período muito longo com base num acontecimento isolado, muitas vezes sem provas para a sustentar. Exemplo: Falhou num exame de promoção pela primeira vez e acha que não vai conseguir passar nos futuros exames. Pensamento Dicotómico (Dichotomous Thinking) Refere-se à avaliação dos acontecimentos de forma extrema e radical, ou é preto ou é branco, ou é verdadeiro ou é falso, sem margem de pensamento intermédio ou área cinzenta. Exemplo: Se um dos factores da minha avaliação anual não atingir a nota máxima, sou um perdedor. Salto para Conclusão (Jumping to Conclusions) Consiste em confundir a sua própria conclusão com a verdade do acontecimento, julgando verdadeiro aquilo que pensa, ignorando todas as provas contraditórias ou que não suportam a sua conclusão pessoal. Exemplo: Tem uma boa relação com um colega, todavia, um dia, quando o cumprimenta e não recebe resposta alguma, fica assim a pensar que se tornou impopular ou que o terá ofendido. Personalização (Personalization) Consiste em assumir errada e frequentemente toda a responsabilidade, achando-se sempre responsável por todos os erros, ou pensando que as reacções de outrem são sempre contra si próprio. Exemplo: Durante uma patrulha, um colega fica ferido no exercício das funções e você se culpabiliza pelo facto, achando que a causa do ferimento do seu colega teve a ver consigo próprio. Catastrofização (Catastrophizing) Ficar sempre apreensivo pela possibilidade de obter um resultado extremamente negativo imprevisível em acontecimentos futuros, ou ampliar de forma irrazoável o grau de gravidade de um acontecimento a um nível catastrófico. Exemplo: Devido a um pequeno erro, o superior chamou-o ligeiramente à atenção, mas ele fica logo a pensar que irá perder o seu emprego e consequentemente o afastamento dos seus familiares. Afirmações com a palavra “Dever” (Should/Must Statement) Consiste em usar regras dogmáticas tais como “Eu deveria ...”, “Eu tenho que” para limitar o pensamento pessoal, acreditando rigidamente que cada passo deve estar em conformidade com as regras definidas por si próprio, reagindo com indignação caso o próprio ou alguém ofenda as suas regras. Exemplo: “Devo ser amado por todos os colegas, caso contrário...”; “Devo conseguir resolver todos os problemas, caso contrário...” Raciocínio emocional (Emotional reasoning) Consiste em acreditar que os sentimentos ou pensamentos reflectem a realidade, o indivíduo acaba por agir inconscientemente e ter alguns comportamentos na sua via diária, concretizando, assim, a profecia definida por si próprio, o que promove de forma indirecta uma aproximação entre o resultado dum acontecimento e os sentimentos ou pensamentos predefinidos pelo próprio. Exemplo: Acho que não vou ter sucesso na carreira, por isso, não me preparo activamente para o concurso de admissão ao curso de promoção de propósito, porque o insucesso corresponde a minha expectativa e à impressão que possuo de mim próprio.

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